
Caloi Aluminum 1996
Aqui neste post conto a história da minha Caloi Aluminum 1996, hoje já na sua 5ª ou 6ª versão e ainda me servindo bem, uma ligação de quase 30 anos.
O Mountain Bike (MTB) surgiu nos Estados Unidos na década de 1970, quando um grupo de ciclistas da Califórnia começou a modificar bicicletas para enfrentar terrenos acidentados. A modalidade nasceu na região do Monte Tamalpais, no condado de Marin, onde jovens aventureiros como Gary Fisher, Joe Breeze e Tom Ritchey começaram a descer trilhas íngremes utilizando bicicletas reforçadas. Esses pioneiros instalaram freios mais potentes e utilizaram quadros mais resistentes para suportar o impacto dos terrenos irregulares.
O MTB rapidamente se popularizou e, em 1981, a empresa Specialized lançou a primeira bicicleta específica para o esporte, a Stumpjumper. Esse lançamento marcou um grande avanço, tornando as bicicletas de mountain bike acessíveis ao público e impulsionando o crescimento do esporte. Durante os anos 1980, surgiram competições organizadas e diferentes modalidades, como cross-country (XC), downhill (DH) e enduro, cada uma com características específicas.
No Brasil, o Mountain Bike começou a ganhar popularidade no final da década de 1980 e início dos anos 1990. O país, com sua geografia diversificada e abundância de trilhas naturais, tornou-se um cenário perfeito para a prática do esporte. Estados como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram pioneiros na difusão do MTB, com ciclistas explorando estradas de terra, montanhas e trilhas em meio à natureza.
A primeira grande competição de Mountain Bike no Brasil ocorreu em 1988, na cidade de Campos do Jordão (SP), e foi um marco na profissionalização da modalidade no país. Com o tempo, surgiram mais eventos, federações e um número crescente de praticantes. Em 1996, o MTB foi incluído nos Jogos Olímpicos de Atlanta, o que trouxe ainda mais visibilidade ao esporte e impulsionou sua prática em solo brasileiro.
Atualmente, o Brasil conta com diversas competições de renome, como a Brasil Ride, uma das mais desafiadoras ultramaratonas de MTB do mundo. Além disso, o país revelou atletas de destaque, como Henrique Avancini, que se tornou referência no cenário internacional do Mountain Bike, conquistando títulos importantes e elevando o nível do esporte no Brasil.
Com trilhas deslumbrantes e uma comunidade apaixonada, o Mountain Bike segue em crescimento no Brasil, sendo uma excelente opção tanto para competidores quanto para amantes do ciclismo que buscam aventura e contato com a natureza.
Para saber mais sobre o MTB no Brasil.
Nos anos 80, a Caloi já possuía alguns modelos interessantes de bicicletas para terrenos irregulares, como a Caloi Cruiser Extra Light, que até hoje é considerada uma relíquia. Posteriormente, a marca lançou seu primeiro modelo de Mountain Bike, marcando um avanço na categoria.
Sempre fui fã de BMX e, na infância, tive uma BMX Pantera. Com ela, garanti alguns arranhões na canela e até cheguei a cair em um poço, mas isso é outra história. Infelizmente, fui obrigado a vendê-la e, até hoje, fico triste ao pensar no destino que ela teve. Depois disso, ganhei uma Buffalo Extra Nylon, uma bicicleta maravilhosa. No entanto, ainda criança, fui enganado pelo dono da bicicletaria por conta de um defeito no rolamento. Minha mãe, sem saber, acabou praticamente dando a bicicleta para ele.
Mais tarde, ganhei uma Caloi Barra Forte 90 vermelha, que também ficou pouco tempo comigo. Já desanimado por não ter uma bicicleta que me permitisse andar livremente, pular rampas e descer morros, conheci um amigo bem mais velho, o Tonho, ou melhor, Antônio. Ele era engenheiro eletrônico, mas havia feito um voto de pobreza semelhante ao de alguns padres e, por isso, se locomovia apenas de bicicleta.
Certo dia, ele apareceu com uma Caloi Mountain Bike fluorescente, e fiquei fascinado. Aquela bicicleta me chamou muita atenção. Lembro que ele estava treinando com um grupo de garotos para uma viagem de Niterói até Araruama, mas, no dia do passeio, acabou indo sozinho. Eu gostaria muito de ter participado, mas, na época, não tinha bicicleta.
Alguns meses depois, já nos anos 90, um tio me presenteou com sua bicicleta, uma Caloi Cruiser Montana 10. Com ela, rodei bastante! Era um modelo com 10 velocidades, câmbio Dimosil semelhante ao da Caloi 10, pneus finos com “biscoitos” ao estilo bicicross e freios Dia-Compe, como os da Cruiser Extra Light. Era uma bicicleta incrível e, está comigo até hoje.
Já alguns anos à frente, em 1996, havia saído do quartel e já possuía carteira de motorista. Mesmo assim, ainda gostava muito de andar de bicicleta, apesar de Niterói, minha cidade, ser um lugar difícil para os ciclistas, devido ao trânsito intenso e aos constantes assaltos.
Naquele ano, comecei a trabalhar na oficina de funilaria e pintura de um primo, uma oficina bem grande, localizada a aproximadamente 4 km da minha casa. Como o dinheiro era curto para almoçar na rua, ia a pé para casa e voltava durante o horário do almoço.
Depois de algum tempo, consegui comprar, em 10 prestações, minha Caloi Aluminum de 21 marchas, parecida com a foto acima da Aluminum Andes Sport, ela era a evolução natural da Caloi Mountain Bike. Com ela, passei a me deslocar mais rapidamente para a oficina e ainda economizava um bom dinheiro no dia a dia.
Aos poucos, fui modificando minha bicicleta ao meu gosto. Troquei a mesa e o guidão por modelos da marca Alfameq, substituí o banco e troquei todo o conjunto de marchas, tanto dianteiro quanto traseiro, pelo Shimano Deore, que na época era uma excelente escolha. Realmente, era uma bicicleta que eu usava muito. Sempre que podia, desmontava, lubrificava e substituía as peças necessárias. Era uma bicicleta de uso diário, que me acompanhou nesse início da vida adulta.
Já depois dos anos 2000, por volta de 2007 ou 2008, estava com minha namorada, hoje minha esposa, voltando de um shopping por volta das 13 horas. Ao entrar em uma rua antes do caminho habitual, vi um cara descendo descontrolado de bicicleta, muito rápido, pois moro em um morro. No mesmo instante, fiquei olhando para o rosto dele e perguntei à minha namorada se aquela bicicleta era a minha. Ela disse que parecia ser.
Andando mais alguns metros, cerca de 500, vi minha mãe desesperada, dizendo que haviam invadido minha casa e roubado minha bicicleta. Deixei minha namorada com minha mãe e saí atrás do ladrão. Percorri diversas favelas da cidade, inclusive indo até algumas bocas de fumo, perguntando sobre a bicicleta, mas sempre recebia respostas negativas.
Liguei para um amigo, Ricardo, que morava em uma área que eu não conhecia bem, e com ele fui procurar em mais alguns lugares. Nada de encontrar a bicicleta. Já desanimado, achando que tinha perdido de vez, resolvi levar meu amigo para casa.
Foi então que, no meio da rua, na favela da Vila Ipiranga, vi um cara andando com a minha bicicleta. Não era o ladrão original, já era o receptador. Vocês imaginam o que fiz? Isso mesmo! Joguei o sujeito longe, com a bicicleta. Por pouco, não passei o carro por cima, mas minha prioridade era recuperar a bike, essa geração de hoje Nutela, não reage a assaltos, até mesmo quando não se tem armas, não consigo ser assim, não me julguem.
Saí do carro e, aqui, censuro os detalhes do que fiz. Resumindo, meu amigo voltou para minha casa com a bicicleta e eu também de carro, mas com um amassado no capô e no para-choque do carro. Valeu muito a pena. E sem dúvida, faria tudo de novo!
Agora, em 2024, resolvi voltar a andar de bicicleta, não apenas por paixão, mas também por questões de saúde. A obesidade se tornou um grande desafio, contrastando com o passado, quando eu passava o dia inteiro pedalando.
Com algum dinheiro sobrando, comecei a pesquisar em lojas virtuais, como Mercado Livre e Shopee, buscando peças modernas e diferenciadas para minha bicicleta, mas sem alterar muito sua aparência original.
As peças que mantive foram a mesa e o guidão estilo Downhill da marca GTS, suspensão full antiga. O quadro, já marcado pelo tempo e cheio de imperfeições, recebeu uma revitalização: apliquei algumas camadas de primer, tinta preta em spray e verniz, dando-lhe uma aparência renovada.
Entre as novas aquisições, comprei aros de alumínio no estilo antigo com raios pretos, freios Shimano (acredito que do grupo Deore), substituindo os antigos Cantilever que, há tempos, já haviam sido trocados por V-brake. O conjunto de marchas também foi atualizado para um modelo Shimano do grupo SIS, o mais simples, mas eficiente.
Além disso, adicionei um computador de bordo, conduítes, pedais, pneus Pirelli, corrente, movimento central, e mantive um banco que já tinha guardado. Também troquei os punhos, instalei um descanso e substituí o antigo sistema por um cassete de 7 velocidades, entre outras melhorias.
Se quiserem, posso deixar uma lista detalhada das peças e acessórios que comprei. Basta comentar aí!
A bicicleta está leve e ágil para pedalar, mas sou eu que preciso me adaptar, pois estou muito acima do peso. Meu cérebro ainda tem as referências de quando eu pesava a metade do que peso hoje, então estou literalmente reaprendendo a andar. Downhill, por enquanto, está fora de cogitação! 😅
Minha meta é quebrar a barreira dos 50 km por semana, o que, no momento, ainda é um grande desafio para mim.
Se me perguntarem se vale a pena restaurar uma bicicleta antiga em vez de comprar uma nova, minha resposta é simples: é um hobby. Gosto do processo de montar aos poucos, pesquisar peças e dar uma nova vida a algo que já teve sua história.
Atualmente, tenho algumas relíquias em casa: uma Monark Brisa, uma Caloi 10, duas BMX Panteras, a Cruiser Montana 10, a Monark Monareta (que vocês talvez já tenham visto em outro artigo) e um quadro de ferro que encontrei na rua recentemente, que me parece ser de uma Caloi, mas ainda não tenho certeza.
Gosto muito de carros e bicicletas, só não tenho espaço para tudo! 🚲🚗
Fotos:
Aqui neste post conto a história da minha Caloi Aluminum 1996, hoje já na sua 5ª ou 6ª versão e ainda me servindo bem, uma ligação de quase 30 anos.
Segunda parte da série sobre a restauração de um VW Passat Pointer GTS. Nesta etapa, vamos mostrar o estado atual do veículo e detalhar os trabalhos que estão sendo realizados.
VW Fusca 1970 ganho no sorteio do Old Style Teresópolis no seu encontro anual.
Este artigo é o primeiro de uma série que mostrará a restauração de um Passat GTS Pointer.
A vida tem uma forma curiosa de nos surpreender, e minha última aquisição é prova disso. Recentemente, ao caminhar por um condomínio próximo de onde moro, deparei-me com uma bicicleta Monareta aro 20 de 1984, que estava esquecida há mais de 30 anos.
Ainda na adolescência, tive meus primeiros contatos com a direção. Comecei ligando e desligando o Fuscão 76 do meu pai. Logo depois, passei a dar algumas voltas na Praia de Piratininga em Niterói, na época deserta no inverno. Aos 16 anos, já estava assumindo a responsabilidade de dirigir os carros de amigos que bebiam na volta de festas e baladas, inclusive do Rio de Janeiro.