A vida tem uma forma curiosa de nos surpreender, e minha última aquisição é prova disso. Recentemente, ao caminhar por um condomínio próximo de onde moro, deparei-me com uma bicicleta Monareta aro 20 de 1984, que estava esquecida há mais de 30 anos. Ela não estava em um porão ou garagem como seria de se esperar, mas pendurada na parede, quase como se fosse uma peça decorativa que havia perdido seu brilho com o tempo.
O estado da bicicleta é um reflexo dos anos de abandono: algumas peças estão enferrujadas, o assento está desgastado, e os pneus há muito não conhecem o asfalto.
Agora que tenho essa peça em mãos, me encontro diante de um dilema. Ainda não decidi quais passos tomarei em relação a ela. Devo restaurá-la 100% como era originalmente, garantindo que cada parafuso, cor e detalhe respeite sua configuração original? Ou talvez uma restauração parcial seja mais adequada, mantendo sua pintura original e trazendo de volta sua funcionalidade sem apagar as marcas do tempo que contam sua história? Existe também a opção de personalizá-la, dando-lhe um novo estilo, misturando o clássico com o contemporâneo.
Deixe sua opinião nos comentários: o que você faria com essa Monareta aro 20 de 1984? Sua sugestão pode ser a inspiração que preciso para decidir o destino dessa bicicleta tão especial.
A Monark é uma das marcas mais icônicas do mercado de bicicletas no Brasil. Fundada em 1948, a empresa rapidamente conquistou o país com seus modelos robustos, acessíveis e duradouros. Inicialmente, a Monark produzia bicicletas inspiradas em designs europeus, mas logo passou a desenvolver modelos que atendiam melhor às necessidades e ao gosto dos brasileiros. Com isso, tornou-se sinônimo de qualidade e inovação.
Durante as décadas de 1960 e 1980, a Monark foi uma das maiores fabricantes de bicicletas da América Latina. Seu portfólio incluía bicicletas infantis, modelos urbanos, e até bicicletas especiais, como a Monareta, lançada como uma alternativa moderna e compacta para o público jovem.
Além das bicicletas, a Monark também produziu ciclomotores que fizeram sucesso em um mercado crescente de veículos acessíveis para deslocamentos diários. A empresa teve um impacto significativo na popularização da bicicleta no Brasil, sendo responsável por modelar uma cultura ciclística que ainda hoje encontra entusiastas em todo o país.
Apesar de altos e baixos no mercado, a Monark permanece ativa, sendo lembrada com carinho por gerações que cresceram pedalando seus modelos clássicos. A Monareta, em especial, simboliza um período nostálgico, quando bicicletas eram mais que um meio de transporte – eram uma forma de liberdade e diversão.
Monareta 1967: Lançada como uma bicicleta compacta e versátil, a Monareta de 1967 possuía pneus aro 18 e um design mais simples, voltado para o público jovem e para uso urbano. Ela foi introduzida com o intuito de ser leve, prática e acessível, destacando-se pela robustez e conforto.
Modelos Especiais ao Longo dos Anos:
Monareta Aro 20: Em meados da década de 1970, a Monark introduziu o modelo com aro 20, que rapidamente se tornou o mais popular da linha. Era ideal para crianças e adolescentes, com um design que unia praticidade e estilo.
Monareta Barra Circular: Este modelo é um dos mais raros e buscados por colecionadores. Ele tinha um quadro diferenciado, com a barra circular que conferia um visual único e robusto.
Monareta Turismo: Uma versão que ganhou popularidade por sua combinação de estilo clássico e conforto para passeios mais longos. Vinha equipada com acessórios como paralamas e bagageiros, que aumentavam sua funcionalidade.
Monareta Dobrável: Um dos modelos mais inovadores, a Monareta Dobrável foi projetada para facilitar o transporte e o armazenamento. Ela é considerada uma raridade e objeto de desejo entre entusiastas e colecionadores.
Monareta Cross: No final dos anos 1970, com a popularidade do motocross, a Monark lançou a Monareta Cross, que simulava características de uma bicicleta de trilha, com pneus mais largos e um visual esportivo.
O Encerramento da Produção em 1989: A última Monareta foi fabricada em 1989, com algumas unidades comercializadas até 1990. O modelo dessa época manteve o design clássico, mas já apresentava detalhes mais modernos, como adesivos atualizados e componentes de melhor qualidade.
As Mais Raras: Entre as mais procuradas por colecionadores estão as primeiras Monaretas de 1967, as versões com quadro circular e a Monareta Dobrável, devido à sua baixa produção. Os modelos que mantêm componentes originais, como guidões, selins, pedais e adesivos da época, também são altamente valorizados.
O Monareta Dobramatic foi um dos modelos mais inovadores da linha Monark Monareta, destacando-se por sua funcionalidade única: a capacidade de ser dobrado ao meio para facilitar o transporte e o armazenamento. Lançado durante a década de 1970, o Dobramatic atendia às necessidades de praticidade de quem vivia em espaços urbanos menores ou precisava transportar a bicicleta em carros e outros meios de transporte.
Sistema de Dobradiça no Quadro:
A principal característica do Dobramatic era o mecanismo de dobradiça localizado no meio do quadro. Esse sistema permitia que a bicicleta fosse dobrada em dois, reduzindo significativamente seu tamanho. Bastava soltar uma trava metálica robusta para fazer a dobragem.
Facilidade de Transporte:
Dobrado, o modelo podia ser facilmente carregado em porta-malas de carros, ônibus ou mesmo armazenado em casa, ocupando menos espaço. Isso fazia do Dobramatic uma excelente escolha para moradores de apartamentos ou para quem usava a bicicleta apenas ocasionalmente.
Design Compacto:
Mesmo com o sistema de dobragem, o Dobramatic mantinha o design clássico e a funcionalidade das outras Monaretas, incluindo o aro 20 e o guidão ajustável. O quadro foi projetado para garantir estabilidade e segurança, mesmo após a bicicleta ser dobrada e desdobrada repetidamente.
Durabilidade:
A Monark utilizou materiais resistentes no sistema de dobragem, o que garantia que o mecanismo não perdesse sua funcionalidade com o tempo. Essa robustez tornou o Dobramatic um modelo confiável, mesmo após anos de uso.
Estética e Cores:
O Dobramatic seguia o padrão visual vibrante das Monaretas, com cores vivas como azul, vermelho e amarelo, além dos adesivos característicos da marca, que destacavam o nome do modelo.
O sistema de dobragem era acionado manualmente. O ciclista precisava soltar a trava localizada no centro do quadro e dobrar a bicicleta cuidadosamente. Quando desdobrada, a trava se encaixava novamente, garantindo que o quadro permanecesse firme durante o uso.
Apesar de ser prático e inovador, o Dobramatic não foi tão amplamente vendido quanto outros modelos da Monareta. Isso o torna uma raridade hoje em dia, muito procurado por colecionadores e entusiastas de bicicletas vintage. Por sua versatilidade, o modelo conquistou um público específico que precisava de uma bicicleta fácil de transportar e armazenar.
O modelo que adquiri é uma Monareta de 1984. Já fazia algum tempo que eu procurava uma bicicleta desse tipo para restaurar, mas acabei encontrando-a por acaso. No final do ano passado, finalizei a restauração e customização da minha Caloi Aluminum 1996, com a ajuda do meu amigo Marcos, que mora em um condomínio próximo à minha rua.
Enquanto estava no condomínio dele, o porteiro mencionou que tinha uma Monareta disponível e me ofereceu em troca de uma bicicleta mais nova. Fiquei curioso e fui ver de perto. De longe, já reconheci o charme da bicicleta e aceitei na hora. Meu amigo Marcos tinha uma bicicleta antiga que usou na troca, e depois acertei os detalhes diretamente com ele. Foi assim que, finalmente, a Monareta veio para as minhas mãos.
Quando fui buscá-la, descobri que era um modelo de 1984, algo que eu não sabia na hora da troca. Apesar de ter aprendido a andar de bicicleta em uma Monareta quando era criança, não conhecia muito bem a história desse modelo específico.
Agora, me encontro em um dilema sobre como proceder na restauração. Estou fortemente inclinado a manter a pintura original, junto com seus adesivos, protegendo tudo com uma camada de verniz. Planejo também substituir as peças desgastadas por peças originais novas, que já pesquisei e encontrei. Além disso, estou pensando em substituir os freios de alavanca por um sistema de contrapedal e caprichar nos detalhes cromados para dar um brilho especial.
O que você acha dessa ideia? Deixe sua opinião nos comentários. De qualquer forma, estarei postando aqui no site todas as atualizações sobre o progresso da restauração.
Fonte das fotos – Na descrição das mesmas.
Continua…